Homenagem aos Economistas 2012

 

Memoráveis citações

 

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand

(judia, fugitiva da revolução russa, que chegou

aos Estados Unidos na metade da década de 1920).

 

Há dois anos, por ocasião da passagem do Dia do Economista, publiquei nestas Iscas intelectuais, 150 citações de economistas. Dada a enorme repercussão que teve a iniciativa, decidi “repetir a dose”, comemorando os 60 anos de regulamentação da profissão com a publicação de mais 75 citações de economistas, nacionais e estrangeiros, do presente e do passado, que, de alguma forma, chamaram minha atenção.

Este ano, optei por um número intermediário. São 100 citações de economistas. Ao contrário dos artigos anteriores, desta vez aparecem classificadas por temas, seguindo a ordem alfabética do sobrenome de seus autores.

A todos os amigos economistas e/ou internautas que enviaram sugestões, deixo registrado o meu muito obrigado.

AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

As agências de rating são especialistas em fechar o portão depois que a boiada foi embora.

DELFIM NETTO, Antonio

As agências de rating nunca demonstraram capacidade de previsão. Elas são o que se classifica no Código Penal Brasileiro de 171, porque vendem o que não têm. Logo, é um estelionato.

DELFIM NETTO, Antonio

Culpar as agências de classificação de risco pela crise é como dizer que o termômetro causa a febre. Elas (agências) são como a democracia: não são perfeitas, mas é difícil achar um substituto melhor.

LANGONI, Carlos Geraldo

Se fossem avaliadas como os alunos da universidade, as agências de rating receberiam a pior nota possível: ‘F’ (que, no sistema norte-americano, corresponde à reprovação).

SCHEINKMAN, José Alexandre

As agências de rating falharam de maneira abismal durante a bolha de crédito. O que se discute ainda é a parcela desse desempenho que resultou de incompetência e a parcela que resultou de corrupção.

SCHEINKMAN, José Alexandre

Se eu fosse investir, não me basearia no que dizem as agências de classificação de risco.

VELLOSO, João Paulo dos Reis

ARGENTINA

A economia argentina é baseada em pequenas e médias empresas que não são competitivas e que, por essa razão, apoiam o protecionismo.

ELIZONDO, Marcelo

Os fatos são suficientemente fortes para mostrar que olhar para a Argentina com inveja não faz o menor sentido.

MENDONÇA DE BARROS, Luiz Carlos

A reestatização da YPF é mais um elo na cadeia de equívocos da gestão econômica argentina há quase sete décadas. Custa crer que um país tão rico em recursos naturais, dotado de uma população bem-educada e de trabalhadores qualificados, que já conheceu o sucesso, não consiga livrar-se da praga do populismo.

NÓBREGA, Maílson da

BANQUEIROS

O banqueiro solto volta ao lugar do crime.

DELFIM NETTO, Antonio

BOLHAS

Bolhas são altas de preços induzidas pela disponibilidade de crédito. A partir de certo ponto, perdem relação com os fundamentos e passam a ser alimentadas exclusivamente pela expectativa de renovada alta dos preços. Embora devesse ser evidente que são insustentáveis, nunca faltam explicações para por que desta vez é diferente. Bolhas são boas enquanto duram. Todos ganham, até o choque com a realidade. Os fundamentos da psicologia de manada, que levam os mercados a se afastarem da racionalidade, são bem conhecidos, mas sistematicamente esquecidos a cada nova bolha. Não é difícil compreender a dificuldade enfrentada pelos que se aventuram a questioná-las. Nada mais aborrecido do que profetas do apocalipse a proclamar que o fim do mundo está próximo, enquanto todos ganham.

RESENDE, André Lara

BRASIL

Uma ação mais vigorosa do governo é fundamental para quebrar uma certa inércia existente no Brasil, que mantém o custo de capital proibitivo para grande número de empresas. De tempos em tempos essa discussão sobre juros volta à baila, mas os agentes envolvidos procuram desfazer o movimento e tudo volta a ficar como antes. […] Esse é um dos motivos que limitam o investimento e reduzem nossa competitividade. As empresas ficam dependendo de recursos próprios para investir, o que restringe seu crescimento, solapa o aumento da produtividade e impede a inovação.

ALMEIDA, Júlio César Gomes de

O governo brasileiro tem dado sinais bastante negativos nos últimos meses. As regras do jogo são essenciais para os investimentos. Somos campeões mundiais na volatilidade das regras de jogo e na taxa de câmbio. A desvalorização forçada do real causa volatilidade e insegurança. O idioma que os países falam uns com os outros é o câmbio. Se esse idioma muda de regra constantemente, fica inviável a cominicação. Há ainda um sentimento anticapitalista, de beneficiar o capital interno em detrimento do estrangeiro. Mas o mundo tornou-se uma fábrica planetária em busca de eficiência. Quem tentar contrariar esse mecanismo vai ficar fora do jogo.

BLANCHE, Nathan

O Brasil é uma economia subdesenvolvida em que as aspirações superam de muito a capacidade de gerar satisfações.

CAMPOS, Roberto

Na fila do correio, posso ver que o processo de trabalho jamais foi pensado com as ideias de Taylor. Os tempos são modernos. Todavia, diante da nossa pífia produtividade, nem tão modernos assim. Sugiro aos nossos doutos professores que, antes de criticar o taylorismo, esperem que ele chegue ao Brasil. Onde ele faz falta!

CASTRO, Claudio de Moura

O Brasil continua sendo o último peru com farofa da economia mundial fora do Dia de Ação de Graças.

DELFIM NETTO, Antonio

O nível do mar aumentou. O problema é que o Lula pensa que foi ele quem levantou o nível do mar.

DELFIM NETTO, Antonio

As condições à nossa volta faziam o Brasil parecer melhor do que realmente é. Diante da crise no Hemisfério Norte, a situação fiscal brasileira, sempre ruim, passou a ser considerada saudável, e o crescimento, sempre mediano, passou a ser visto como satisfatório. Sabíamos que o investimento no Brasil é muito baixo e que a expansão baseada no consumo, ou, mais especificamente, no crédito e no vento favorável externo, tinha limites. Já se vão mais de dez anos sem que tenhamos reformas.

FRANCO, Gustavo

Existe um obstáculo estrutural ao crescimento. A taxa de investimento é baixa. Se a capacidade produtiva cresce 4% ao ano, o PIB não pode crecer mais do que 4%. É a teoria econômica. Não adinata as autoridades implicarem com a teoria, gastando tempo com teorias alternativas.

FRANCO, Gustavo

O fim do ciclo militar no Brasil foi um caso típico de redemocratização associada ao aumento das demandas sociais, sem barreiras suficientes colocadas por parte das autoridades políticas. A substituição de um governo militar por um civil foi entendida pelas lideranças da época como estando associada à necessidade de “mudar” a política econômica seguida até então. É interessante registrar o contraste, por exemplo, com o que ocorreria alguns anos depois no Chile, onde – talvez com a ajuda dos percalços econômicos observados nas então jovens democracias argentina e brasileira –, ao assumir, a equipe econômica do governo que sucedeu ao de Pinochet teve o cuidado  de conservar as linhas gerais da política econômica – e, particularmente, a boa situação fiscal – do governo anterior. No Brasil, as circunstâncias se viram agravadas pelo fato de que, às demandas naturais anteriormente reprimidas que tendem a eclodir com o fim de um governo de força, somou-se que, em 1985, a economia vinha de dois anos de ajuste fiscal, nos quais o gasto corrente do governo e o déficit público tinham se contraído em relação a 1982, dando origem a pressões em favor das famosas “recomposições de gasto”.

GIAMBIAGI, Fabio e ALÉM, Ana Cláudia

O país já havia avançado no processo de uma melhor definição da fronteira entre o estado e os mercados livres, mas agora há uma certa confusão no ar. É um efeito muito claro da crise de 2008, que acabou por legitimar uma tentação que já existia. O flanco se abriu, e o governo gostou da brincadeira.

GIANNETTI, Eduardo

As taxas de juros caíram. As despesas do setor público estão crescendo, bem como as transferências de renda. Logo, acredito que haverá uma aceleração da atividade no segundo semestre. Mas essa recuperação se dará em um ritmo mais gradual do que esperávamos. O aumento nas incertezas externas pode levar ao adiamento da retomada do investimento e a uma queda tanto nas exportações quanto no consumo interno. O mercado de trabalho pode ser afetado por esse período prolongado de crescimento baixo. Um eventual aumento do desemprego teria consequências negativas sobre o consumo e, portanto, sobre o resultado da economia.

GOLDFAJN, Ilan

Temos, hoje, uma dependência excessiva do agromineral e do petróleo, que respondem por grande parte do nosso superávit, e isso em si não é um problema. Mas não podemos deixar que isso ocorra em detrimento da queda da indústria. […] Temos de criar condições, do ponto de vista da competitividade, para ampliar o valor agregado local e melhorar a qualidade das nossas exportações.

LACERDA, Antônio Corrêa de

As desonerações em curso em favor da indústria, muitas feitas de afogailho, podem contribuir para piorar a complexidade da carga tributária, e não para reduzi-la.

NÓBREGA, Maílson da

Apesar da ampla evidência empírica de que bancos centrais autônomos asseguram inflação baixa – fundamental para o crescimento e a geração de emprego –, a resistência a essa autonomia continua forte no Brasil.

 NÓBREGA, Maílson da

O avanço dos segmentos industriais produtores de commodities e do agronegócio, durante o governo Lula, teve muito mais a ver com a dinâmica internacional do que com políticas estatais. Isso ficou evidente com a manutenção do regime de política macroeconômica, com juros elevados, que gerou valorização cambial, impactando negativamente nos ganhos desses setores que foram mais do que compensados pelo aumento dos preços internacionais das commodities.

PINTO, Eduardo Costa

O Brasil tem hoje as condições para não ser mais um País liderado, mas, sobretudo, liderar um novo padrão de desenvolvimento mundial. […] A depressão, que ocorreu em 1873 e 1896, foi um período-chave para o Brasil se reposicionar no mundo. Período em que fizemos reformas políticas interessantes, como a modernização inegável que o Brasil teve e que permitiu, por meio da economia cafeeira, ingressar nos cursos financeiros internacionais.

POCHMANN, Márcio

Será crucial para o Brasil saber utilizar os recursos gerados com o petróleo. Muitos países enfrentaram esse desafio e não ampliaram os benefícios para a economia. Ao contrário, gastaram mal e tornaram-se menos competitivos.

RAJAN, Raghuram

O modelo de crescimento puxado pelo consumo, com transferências e crédito para a classe média e para a classe média baixa, foi muito bem-sucedido. Mas o problema é que isso se esgotou. A questão para o governo brasileiro é definir o próximo modelo. O Brasil tem de enfrentar o fato de estar se tornando uma economia de custos muito elevados; deveria ter como foco o aumento dos investimentos e da poupança doméstica. O país ainda é muito dependente da poupança externa. Precisa aprimorar a infraestrutura física e a oferta de capital humano, fomentar a competição e a abertura da economia. São coisas que a mão forte do governo poderia fazer e revigorar o Brasil.

RAJAN, Raghuram

O Brasil sente os efeitos de fatores externos. A economia chinesa, grande importadora de commodities, arrefeceu. Erra quem pensa que a China não pode ter uma desaceleração acentuada. A China tem todas as vulnerabilidades de qualquer mercado emergente. Já a Europa é uma espada de Dâmocles sobre a economia global. A economia americana também está cambaleante. Mas fatores internos também explicam a desaceleração brasileira. Dado o ritmo lento e hesitante das reformas estruturais, o crescimento da produtividade pode ser isuficiente para compensar os ventos adversos vindos de fora.

ROGOFF, Kenneth

A desaceleração da economia mostra que não basta baixar os juros e elevar o câmbio. É preciso devolver a confiança ao investidor de que o cenário benigno vais se manter.

SALTO, Felipe

O sucesso da economia brasileira na última década deveu-se ao boom das commodities. Isso levou o Brasil a ter a moeda mais sobrevalorizada do mundo. Agora, a China está desacelerando, e o boom das commodities está começando a diminuir. Alguns dos velhos problemas do Brasil, até então camuflados, voltam a assombrar. A participação do governo na economia é exagerada. Caso isso não mude, será difícil o país manter um crescimento de 4% ao ano.

SHARMA, Ruchir

Os gastos públicos no Brasil têm aumentado quando a economia cresce pouco e também quando cresce muito; a única coisa que se altera é a justificativa.

SCHWARTSMAN, Alexandre

O Brasil, há tempos, enfrenta obstáculos a um crescimento mais rápido. Ou melhor, não enfrenta, pois evita sistematicamente lidar com eles. O investimento é baixo, a qualidade da educação é triste, a carga tributária é pesada e custosa, e o país vai mal em quase todas as medidas que avaliam a facilidade de fazer negócios. A valorização das commodities tornou possível crescer, por algum tempo, num ritmo acelerado, mesmo sem termos enfrentado esses problemas. O cenário mundial menos favorável expõe agora as dificuldades. Como disse o investidor Warren Buffett: “Quando a maré baixa é que descobrimos quem estava nadando nu”. O governo, além de não ter se empenhado nas reformas, criou toda sorte de dificuldade para os investidores estrangeiros – confiante, aparentemente, em que a aura brasileira seria inesgotável. Uma vez criadad uma reputação de hostilidade aos investidores, fica difícil revertê-la depois. A economia deve crescer em torno de 2% neste ano.

SCHWARTSMAN, Alexandre

O Brasil realmente não vem crescendo tão rápido quanto a China ou mesmo a Índia, mas exibe muitas vantagens em relação àqueles países. A China enfrenta uma constante tensão política por não ser um país democrático, embora seja um equívoco atribuir o crescimento da economia chinesa ao autoritarismo. A China cresce rapidamente porque nos últimos trinta anos sua economia é aberta e receptiva aos mercados. A Índia, por sua vez, teve períodos de crescimento tépido, mesmo sendo uma democracia. Passou a avançar mais rapidamente depois que decidiu implantar políticas mais favoráveis aos investidores privados. Mas a renda per capita indiana ainda é muito baixa e os indicadores sociais evoluem lentamente. Nesse aspecto, a evolução verifcada na sociedade brasileira tem sido bem mais expressiva.

SEN, Amartya

No Brasil, se por um lado os programas sociais de transferência de renda, o pagamento de benefícios da Previdência Social pública, a política de valorização do salário mínimo e a geração de empregos têm tido um caráter fortemente distributivo; por outro, o sistema tributário brasileiro é injusto e regressivo. Em outras palavras, boa parte do gasto público é distributivo; já o sistema tributário sacrifica mais “os de baixo” e alivia “os de cima”.

SICSÚ, João

CAPITALISMO

Desde Adam Smith, o capitalismo se reinventou. Não será diferente desta vez. Os desafios incluem a reforma dos marcos regulatórios e ações para reverter a concentração de renda de alguns países ricos. Dificilmente a renovação virá sob a forma do capitalismo de estado da China e de países emergentes ou do capitalismo de compadres, que se nutre da escolha de vencedores pela burocracia e da concessão de benefícios aos amigos do rei. As vantagens do capitalismo superam largamente os seus defeitos. Nenhum outro regime econômico será capaz de substituí-lo com sucesso. Está provado.

NÓBREGA, Maílson da

CHINA

O centro de gravidade do crescimento econômico no mundo vem se deslocando para a Ásia, e mais concretamente para a China. A ênfase no peculiar não provém apenas do excepcionalismo chinês. Decorre também, decisivamente, de que estamos aqui beirando a história.

BARROS DE CASTRO, Antonio

Sob certos ângulos o mercado impera na China. Mas o Partido Comunista Chinês continua presente em tudo e o Estado é extremamente poderoso. Então, há um cruzamento de mercado com Estado e política impensável no Ocidente, que passou os últimos 20 a 30 anos discutindo e pregando o recuo do Estado. Lá na China, eles costuraram Estado e mercado de uma forma completamente original. Isso é o que denomino híbrido chinês no plano maior. É o que define, a meu ver, a grande peculiaridade do modelo chinês. […] O Estado planeja e determina o rumo da economia e este cruzamento entre mercado e Estado está no coração da solução chinesa. Visto por um ângulo, é capitalismo selvagem. Por outro, é uma economia moderadamente planejada, porque o planejamento nunca vai a detalhes, não complica decisões.

BARROS DE CASTRO, Antonio

A ascensão da China deriva de muitos fatores, em especial as mudanças empreendidas por Deng Xiaoping (1904-1997), o arquiteto das reformas pró-mercado, que contribuíram para a mais rápida e espetacular transformação econômica e social da história. O êxito da China, hoje a segunda maior economia do planeta, está intimamente associado à abertura americana para os seus produtos.

NÓBREGA, Maílson da

CIDADES CRIATIVAS

Atrair pessoas criativas e mais qualificadas seria a política mais eficaz de desenvolvimento regional. Regiões com qualidade de vida, com uma vida cultural mais desenvolvida e sociedade diversificada têm uma tendência a atrair pessoas qualificadas e criativas.

GOLGHER, André

Foi da economia da cultura e suas tentativas de organizar um campo mensurável de negócios que surgiu a economia criativa, resultado do processo de “desindustrialização” de muitas economias que perderam atividades industriais por conta da alta capacidade de fragmentação da cadeia de produção e da volatilidade do capital. “Cidades criativas” são as que estão recuperando suas economias por meio de atividades ligadas à criatividade e são exemplos de como a criação pode desabrochar e impactar as relações urbanas. […] Cidades que pretendem manter suas economias aquecidas têm de oferecer cultura, integração social e emprego, mesmo no caso da retenção de talentos qualificados, o que tem levado vários governos a valorizar a criatividade no ambiente urbano. […] O processo se dá em vários níveis: no impacto da geração de emprego, renda e tributos; na agregação de valor a setores econômicos tradicionais (basta pensar na competitividade que a moda traz à indústria têxtil e de confecções, ou o que o design gera em vários setores); e ao gerar um ambiente favorável ao olhar alternativo, à abertura ao novo.

REIS, Ana Carla Fonseca

As nossas cidades ficaram grandes basicamente por causa da indústria, que é uma atividade que está se acabando, obrigando muitas delas a se reinventar no século XXI. Tecnologia e capital tornaram-se fáceis de ser transferidos e o que agrega valor a uma mercadoria não é mais a produção em si, mas o conceito das coisas.

URANI, André

CRESCIMENTO

O país baseou o seu crescimento nos últimos anos, notadamente na segunda metade da década passada e no começo da atual, quando a produtividade não teve um grande desempenho, em fortes estímulos à demanda, com muito gasto público, alto grau de assistencialismo, despreocupação com a poupança, consumo crescendo a taxas fortes, educação pobre e infraestrutura precária. Está na hora de migrar para um modelo com ênfase no aumento da produtividade e menor crescimento do gasto público, em que a expansão seja liderada pelo investimento, com maior poupança interna e uma obsessão com a melhoria dos indicadores educacionais e da infraestrutura. São essas as bases firmes para a expansão duradoura da economia.

GIAMBIAGI, Fábio e PINHEIRO, Armando Castelar

A economia do crescimento consiste em estimular o consumo de coisas das quais não precisamos para impressionar pessoas com quem não nos importamos.

JACKSON, Tim

O fim do autoengano, o reconhecimento dos limites do possível, provocará extraordinárias inovações tecnológicas. Uma nova referência do que significa melhorar de vida viabilizará, permanentemente, um número muito superior de pessoas na Terra. Uma população 40 vezes superior à de todos os tempos, até o início da Revolução Industrial, só será possível, entretanto, com o fim do crescimento econômico como o conhecemos. O crescimento baseado na expansão do consumo de bens materiais está no seu capítulo final.

RESENDE, André Lara

Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz com as suas crianças e adolescentes. Não é o PIB, é a capacidade do País, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes.

ROUSSEFF, Dilma

É um erro buscar o crescimento pelo crescimento, sem levar em conta os seus efeitos mais amplos e as suas consequências. É preciso ponderar, entre outros fatores, o impacto ambiental. É fundamental também usar os frutos do crescimento para aprimorar a qualidade de vida da população de maneira abrangente, e não apenas favorecendo certos grupos. […] Precisamos prestar atenção em como tirar o melhor proveito do enriquecimento do país. O crescimento é um meio extraordinário de alcançar avanços sociais e beneficiar a população em geral, como já apontara Adam Smith.

SEN, Amartya

Não sou anticrescimento, de maneira alguma. Sou contra o crescimento pelo crescimento, e ofereço todas as minhas críticas àqueles que assim são. Mas àqueles que não buscam nenhum crescimento, como a Europa hoje em dia, minhas críticas são ainda mais severas. Adam Smith estava certo quando observou que o crescimento aumenta a renda da população e assim amplia melhores condições de vida. Estava certo também quando disse que o crescimento fera os recursos necessários para que os governos possam exercer as suas atividades essenciais.

SEN, Amartya

Quando países avançados insistem no crescimento econômico, estimulam as pessoas a gastarem mais do que têm, para comprar o que elas não precisam, com o propósito de impressionar quem elas nem sequer admiram. Um país avançado, imerso nessas condições, poderia abrir mão do próprio crescimento econômico em função do crescimento econômico de outros menos favorecidos. Mas a realidade é que a maioria dos países ricos ainda tem pobreza e população crescente, preocupando-se em sanar seus próprios problemas.

VEIGA, José Eli da

CRISE INTERNACIONAL

Não devemos gastar praticamente todos os nossos esforços de reforma no setor financeiro e presumir que, se consertarmos seus defeitos, teremos resolvido as outras razões fundamentais que levaram a economia real a se manter tão disfuncional durante décadas. Precisamos trabalhar simultaneamente nas duas frentes: corrigir as finanças e recuperar a economia real.

BLACK, William

A Europa tem se mostrado incapaz de reagir, Nos EUA, não há ambiente político para reformas. Os grandes blocos econômicos vivem dias dificílimos. É um quadro assustador. Há muito risco no ar.

FRAGA, Armínio

A crise na zona do euro encontra-se em fase de solução. Só com maior confiança entre os estados-membros será possível avançar em direção a uma solidariedade ainda maior, com a criação dos títulos da dívida europeia.

MONTI, Mario

Muitas das medidas adotadas por mim visam a criar condições propícias para o investimento estrangeiro, por meio de uma administração pública mais moderna, uma justiça mais rápida e um mercado de trabalho mais flexível.

MONTI, Mario

Em grandes linhas, a crise de 2008 está agora em sua quarta fase. Primeiro, houve o estouro da bolha de preços dos ativos, principalmente, mas não exclusivamente, dos imóveis. Na segunda fase, a mais aguda, o sistema financeiro quebrou. Na terceira fase, para evitar o colapso do sistema financeiro, os governos intervieram e assumiram grande parte das dívidas privadas. Agora, na quarta fase, depois de assumir o excesso de dívida privada, os governos estão eles próprios excessivamente endividados.

RESENDE, André Lara

Quando se tem mais engenheiros financeiros do que engenheiros da computação, você pode ter certeza de que as mentes mais brilhantes entraram em alguma coisa na qual, provavelmente, a margem era excessiva.

ROUBINI, Nouriel

Pânicos, crises… o que está acontecendo na Europa agora com o euro. Isso tudo tem a ver com as expectativas sobre o que as outras pessoas pensam em fazer.

SARGENT, Thomas

Ao contrário de algumas recessões recentes, dessa vez a economia não pode voltar ao ponto em que estava anteriormente, e levará tempo até que ocorram as mudanças estruturais necessárias para resgatar os recursos hoje congelados em imóveis residenciais e no setor financeiro e transferi-los para outros usos produtivos.

THOMA, Mark

Posso assegurar que o Brasil está mais preparado hoje do que estava em 2008 para enfrentar uma crise externa.

TOMBINI, Alexandre

DEMOGRAFIA

A economia brasileira viveu em 2004 o seu melhor momento da nova década. O quadro internacional, sem dúvida, ajudou muito. Mas existem questionamentos se o país entrou em um ciclo de crescimento sustentado. A resposta para essa questão vai depender da gestão macroeconômica da política monetária, fiscal e desenvolvimentista. Porém, se o Brasil ainda enfrenta dificuldades decorrentes dos 500 anos de “herança maldita”, o país herdou uma situação inquestionavelmente favorável pelo lado demográfico. O quadro populacional do Brasil nas três primeiras décadas do século XXI favorece o crescimento econômico. É o chamado “Bônus demográfico” que representa uma “Janela de oportunidade” decorrente da mudança da estrutura etária da pirâmide populacional.

ALVES, José Eustáquio Diniz

O controle da natalidade é determinado pelo próprio processo civilizatório da mulher.

DELFIM NETTO, Antonio

Existe um mito de que as metrópoles empobrecem as pessoas. Na verdade, são os mais pobres que são atraídos pelos grandes centros urbanos em busca de oportunidades para subir na vida. É mais um sinal de seu dinamismo.

GLAESER, Edward

Algumas cidades entram em declínio porque se apoiam em uma única atividade econômica e não conseguem se reinventar quando ela entra em colapso. Ocorreu com Detroit, que se fiava exclusivamente na indústria automobilística. Com a decadência das montadoras, a cidade não só deixou de atrair cérebros como assistiu a uma debandada dos que ali já estavam. Ficou comprometido assim aquilo que, afinal, mantém o dinamismo dos grandes centros urbanos – um valioso capital humano capaz de inovar e produzir riqueza.

GLAESER, Edward

O Brasil, a exemplo de outros países da América Latina, é excessivamente generoso com os idosos. Para se ter uma ideia, a discrepância entre o que o governo brasileiro destina aos mais velhos e às crianças é de quase dez vezes em favor dos idosos. No Japão, essa diferença é de 1,6. Nos Estados Unidos, ela não passa de 1,4. Tamanha generosidade teve, de fato, impacto na redução da pobreza, especialmente nas zonas rurais, para as quais as transferências foram maciçamente canalizadas no Brasil. O fato é que não dá mais para o governo se manter tão benevolente. O país passa por um aceleradíssimo processo de envelhecimento de sua população. Isso ocorre não só porque a expectativa de vida cresce, mas também porque as taxas de fecundidade despencam. As brasileiras já têm, em média, menos filhos que as americanas.

LEE, Ronald

DESENVOLVIMENTO

As transformações nas formas de produção, consumo e convivência social nas sociedades modernas têm no conhecimento e na criatividade sua base dinamizadora. Por isso, atributos de conhecimento e criatividade constituem fator de altíssima relevância no desenvolvimento social, econômico e político de um país.

COUTINHO, Luciano

Quaisquer que sejam as antinomias que se apresentem entre as visões da história que emergem em uma sociedade, o processo de mudança social que chamamos desenvolvimento adquire certa nitidez quando o relacionamos com a ideia de criatividade.

FURTADO, Celso

A primeira e mais importante tarefa do desenvolvimento é ligar a máquina da criatividade dentro de cada pessoa. Qualquer programa que simplesmente satisfaça as necessidades fisiológicas de uma pessoa pobre, ou até mesmo lhe forneça trabalho, não é um verdadeiro programa de desenvolvimento, a não ser que conduza ao nascimento da energia criativa dessa pessoa.

YUNUS, Muhammad

ECONOMIA CRIATIVA

O potencial empregador, produtivo e inovador das atividades culturais e criativas é ainda relativamente pouco estudado, mas sua potência já é visível. Resistências têm sido quebradas ao se constatar que as atividades criativas figuram entre as que mais vêm contribuindo para o crescimento de muitas economias em desenvolvimento. Tornou-se, portanto, necessário e relevante conceber novos instrumentos, metodologias e indicadores capazes de entender e de promover economicamente tais atividades.

COUTINHO, Luciano

Se a economia tem sua origem em oikos, casa, a iconomia se baseia em icos, que deu origem à palavra ícone. O que gera valor, hoje, não é, como nos modelos econômicos tradicionais, a utilidade da coisa ou a energia gasta em sua construção, mas sim uma construção que combina a coisa, o ser e o símbolo. O conhecimento é sempre algo simbólico, intangível. A avaliação do intangível criativo remete diretamente ao conceito de indústrias criativas, de economia criativa. É o capitalismo 3.0, não só material, mas criativo.

SCHWARTZ, Gilson

Deve-se superar o aparato ideológico institucional e político das oligarquias e investir num modelo voltado para as pequenas empresas e oferta de serviços, que absorvam a criatividade nos processos produtivos, o modelo de um “setor quinário”.

URANI, André

ECONOMISTAS

Economistas são gente arrogante. E quando eles não conseguem explicar alguma coisa, ela se torna irracional.

FAMA, Eugene

Se os economistas conseguirem se fazer vistos como pessoas humildes e competentes, no nível dos dentistas, isso seria esplêndido!

KEYNES, John Maynard

Quando questionados, os economistas defendem essa abstração extrema, dizendo que o fazem em prol da “simplicidade”. Eu entendo que às vezes é necessário simplificar para ver as coisas mais claramente. Mas quando a “simplificação” significa ignorar os fatos essenciais, ela vai longe demais. Diz-se que Albert Einstein falou a seguinte frase: “Tudo deveria ser feito da maneira mais simples possível, mas não mais simples do que isso”. A teoria econômica predominante torna tudo “muito simples” e, com isso, ignora a realidade.

YUNUS, Muhammad

EDUCAÇÃO

A educação e a saúde são fundamentais não apenas por causa da economia.

Por que a educação e a saúde são fundamentais?

Porque a educação transformou o macaco em homem e a saúde permitiu que o homem desfrutasse de sua humanidade.

DELFIM NETTO, Antonio

Privatizar a escola brasileira não resolve. O que precisamos fazer é torná-la efetivamente pública, de modo que ela passe a atender às necessidades do país e dos alunos que a frequentam. Precisamos parar de pensar nossa educação em termos ideológicos ou mágicos, acreditando em balas de prata, planos nacionais, cláusulas de financiamento ou outras soluções mirabolantes. Não há decreto que resolva. A máquina é complexa e cheia de enguiços. Ou arregaçamos as mangas e mexemos nas engrenagens defeituosas, ou continuaremos nos lamentando.

IOSCHPE, Gustavo

Acabou aquele momento quando só crianças, adolescentes e jovens estudavam. É absolutamente necessário continuar estudando a vida toda.

POCHMANN, Márcio

Para resolver essas desigualdades [entre  países ricos e pobres e entre ricos e pobres de um mesmo país, onde as elites consomem como as dos países desenvolvidos, ao lado de uma massa de pessoas que nem consomem] só a distribuição de renda não é suficiente. Há necessidade de acesso à saúde e à educação, que são desigualdades mais importantes que as de renda. Se um país está conseguindo melhorar o acesso à educação e franqueando o acesso à saúde, e se ainda assim persistir uma desigualdade de renda, ela então será menos grave.

VEIGA, José Eli da

EMPRESA SOCIAL

A empresa social é o elo perdido do sistema capitalista. Sua adoção pode salvar o sistema, ao capacitá-lo para tratar das opressivas preocupações globais que hoje ainda permanecem fora do pensamento empresarial corrente. Assim, o maior desafio para os analistas econômicos da atualidade é gerar ideias para as empresas sociais. Depois que essas ideias estiverem circulando, será apenas uma questão de tempo até que a melhor delas seja traduzida em ações concretas para a melhoria da humanidade.

YUNUS, Muhammad

A lição é: a empresa social, quando planejada meticulosamente, pode ser um negócio bastante sólido. Assim como a empresa ajuda a comunidade, a comunidade ajuda a empresa. Ambas podem crescer e prosperar juntas, propiciando às famílias e aos indivíduos melhores condições econômicas.

YUNUS, Muhammad

EMPRESÁRIOS

Essa história de que o empresário pensa é conversa; o empresário sente e reage [movido pelo espírito animal].

DELFIM NETTO, Antonio

INFLAÇÃO

Quero crer que a meta de inflação não tenha sido abandonada, embora a redução na taxa de juros tenha sido um passo bastante ousado.

FRAGA, Armínio

 A inflação é sempre e em qualquer lugar um fenômeno monetário.

FRIEDMAN, Milton

A presidente Dilma, eleita democraticamente, tem o direito e o poder de mudar a política econômica. A hora da verdade virá com a inflação. O BC assegura que ela convergirá para a meta de 4,5% em 2012. Muitos analistas, entre os quais este escriba, não partilham desse otimismo.

NÓBREGA, Maílson da

Temos duas missões: colocar a inflação na meta estabelecida pelo governo e preservar a estabilidade do sistema financeiro. Não trabalhamos com metas para a taxa de juros nem para o crescimento.

TOMBINI, Alexandre

KEYNESIANISMO

Para compreender, avaliar alternativas e traçar políticas, a história é fundamental, mas não se pode desconsiderar a especificidade das circunstâncias. Tenho a impressão de que, nas condições de hoje, o remédio keynesiano deixou de fazer sentido.

 RESENDE, André Lara

A crise de 2008, que insiste em não terminar, pode não ser apenas mais uma crise cíclica das economias modernas, sempre ameaçadas pela insuficiência de demanda. É possível que o prazo de validade do remédio keynesiano tenha se esgotado. Não há como contar com o crescimento da demanda de bens materiais para crescer. O crescimento pode não ser mais a opção de saída para a crise.

RESENDE, André Lara

LIBERALISMO

A vitória americana na Guerra Fria gerou um movimento ideológico econômico liberal e uma “reciclagem” do paradigma de Ricardo: o neoliberalismo e a retórica da “globalização” substituem a preocupação com as relações centro-periferia e com a diminuição do atraso do Terceiro Mundo. A hegemonia norte-americana – o dólar como porta-aviões da riqueza mundial –, a difusão de sua cultura e a esmagadora presença militar dão aos EUA o papel de “xerife” mundial. As regras do jogo econômico e o comportamento geopolítico têm sido fiscalizados e superimpostos ideológica e/ou coercitivamente pelo “xerife”. Porém, o mercado não cancela a história. A crise mundial, iniciada em 2008, está longe de ser superada. No cenário geopolítico, desponta o fenômeno da China, que adota, pragmaticamente, princípios de economia de mercado e realiza uma política econômica fortemente interventora, apoiada em um projeto nacional de se tornar potência. Com a crise, o castelo de cartas da acumulação financeira globalizada, sob o comando de um sistema bancário liberado e descontrolado, tornado instável, ameaça o mundo “globalizado”. Mais uma vez se demonstra, dramaticamente, que o mercado não conduz ao paraíso.

LESSA, Carlos

Quando falamos desse sistema de organização econômica – a economia de mercado – empregamos a expressão “liberdade econômica”. Frequentemente as pessoas se equivocam quanto ao seu significado, supondo que liberdade econômica seja algo inteiramente dissociado de outras liberdades, e que estas outras liberdades – que reputam mais importantes – possam ser preservadas mesmo na ausência de liberdade econômica. Mas liberdade econômica significa, na verdade, que é dado às pessoas que a possuem o poder de escolher o próprio modo de se integrar ao conjunto da sociedade. A pessoa tem o direito de escolher sua carreira, tem liberdade para fazer o que quer.

MISES, Ludwig von

MERCADO

Não estamos nos defrontando com a derrocada do sistema de livre mercado. Temos mais o fracasso de políticos que não conseguiram criar as regras inteligentes necessárias para o capitalismo de livre mercado funcionar nem as condições para o crescimento a longo prazo da economia.

BREMMER, Ian

O mercado não pode funcionar sem um Estado constitucionalmente regulado.

DELFIM NETTO, Antonio

O estado tem de fazer o mercado funcionar da melhor forma possível. Cabe ao estado investigar e corrigir o abuso de poder econômico, a falta de transparência, a formação de monopólios e os favorecimentos. Todas as demais distorções decorrem da negligência do estado nesses fundamentos. A má distribuição de renda decorre do mau funcionamento do mercado, mas cabe ao estado corrigir a falha que deu origem à desigualdade. Há, porém, uma diferença entre proteger os vulneráveis e redistribuir renda. A ideia de redistribuir é que nos levou ao aumento insustentável do gasto público.

TANZI, Vito

MERCADO FINANCEIRO

O mercado financeiro é insaciável e imprevisível, não por causa das pessoas que trabalham nele, mas porque a lógica é perversa.

SINGER, Paul

MICROCRÉDITO

O microcrédito liga os motores econômicos da parcela da população rejeitada pela sociedade. Assim que grande número desses pequenos motores entrar em funcionamento, estará pronto o cenário para as grandes realizações.

YUNUS, Muhammad

PLANO BRASIL MAIOR

Chamar essas ações de defesa não as torna menos protecionistas. Isso é retórica.

EVENETT, Simon

Esse pacote não difere dos anteriores, sempre lançados com estardalhaço, mas que não ajudaram em nada a indústria nos últimos anos. A parca medida de redução do custo com a folha de funcionários é pífia, escolhe setores em detrimento de outros e não foca a inovação devidamente. O governo deu mais recursos ao BNDES como se o problema fosse falta de financiamento. O problema é que não existe demanda por crédito porque o empresário vê seu produto pouco competitivo.

VALE, Sergio

POBREZA

A pobreza não apenas condena os seres humanos a uma vida de dificuldades e infelicidade, como também pode expô-los a perigos que ameacem sua vida. Uma vez que a pobreza nega às pessoas qualquer noção de controle sobre seu destino, ela é a derradeira negação dos direitos humanos. Quando a liberdade de expressão ou de religião é violada em alguns países, as pessoas em geral reagem por meio de uma série de protestos globais. Contudo, quando a pobreza transgride os direitos humanos de metade da população mundial, a maioria de nós vira o rosto e continua vivendo.

YUNUS, Muhammad

POLÍTICOS

Os políticos, em geral, olham apenas o curto prazo. Eles costumam trabalhar preocupados com as próximas eleições. Pouco agem no sentido de consertar os fundamentos vitais para o longo prazo, como o aprimoramento da educação, o treinamento dos trabalhadores e o aumento da produtividade. A tendência é escolherem a solução mais fácil, gastando um pouco mais e deixando o tempo sanar os desequilíbrios. Nem sempre essa estratégia funciona.

RAJAN, Raghuram

PROTECIONISMO

A política protecionista é guiada pelo imediatismo.

ELIZONDO, Marcelo

As evidências são objetivas e claras. As economias mais abertas têm maior potencial de crescimento a longo prazo. Isso é indiscutível.

LANGONI, Carlos Geraldo

A coisa errada a fazer quando um país passa a ser emergente é reduzir a competição, porque ele pode se tornar cada vez mais protecionista e se afastar da fronteira que o separa das nações desenvolvidas, em vez de se aproximar.

RAJAN, Raghuram

RIQUEZA

Os milionários que vivem em mansões à beira-mar estão sendo subsidiados por avós com renda fixa que moram em estacionamentos para trailer.

HARTWIG, Bob

SOCIALISMO

A proliferação de estatais serve para o Estado aumentar seu controle em todas as atividades, em uma pretensiosa tentativa de planificar tudo. Com essa estratégia, o socialismo do século XXI, uma invenção de Chávez, repete os métodos desastrosos do socialismo do século XX.

OBUCHI, Richard

 

 

Referências e indicações bibliográficas

BARROS DE CASTRO, Antonio. O modelo chinês. Entrevista a Vera Saavedra Durão. Valor Econômico, 07 de outubro de 2005, edição nº 1362.

BREMMER, Ian. Entrevista a Marcelo Sakate. É MELHOR de mãos dadas. Veja, 18 de julho de 2012, p. 79.

CAMPOS, Roberto. A lanterna na popa. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.

CANÔNICO, Marco Aurélio. Crise prova que atual modelo econômico é inviável. Folha de S. Paulo, 20 de junho de 2012, p. C 10.

CARTA Brasil China. Homenagem a Antonio Barros de Castro. Conselho Empresarial Brasil-China. Edição 3, novembro de 2011, pp. 4-7.

CASTRO, Claudio de Moura. Tempos modernos, mas nem tanto. Veja, 27 de junho de 2012, p. 26.

COUTINHO, Luciano. Economia Criativa para o Desenvolvimento. Em Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011 – 2014. Brasília: Ministério da Cultura, 2012.

DALTRO, Ana Luiza. Só não faltam tango e milonga. Veja, 11 de abril de 2012, p. 74.

DALTRO, Ana Luiza e OYAMA, Érico. As razões do pibinho. Veja, 13 de junho de 2012, pp. 76-77.

DELFIM NETTO, Antonio. “As agências de classificação de risco são todas 171”. Entrevista a Liana Melo. O Globo, 14 de agosto de 2011, p. 33.

FIGUEIREDO, Odail. Corte acentuado.  Rumos, maio/junho de 2012, pp. 42-46.

FURTADO, Celso. Criatividade e dependência na civilização industrial. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

GIAMBIAGI, Fabio e ALÉM, Ana Cláudia. Finanças públicas: teoria e prática no  Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

GIAMBIAGI, Fabio e PINHEIRO, Armando Castelar. Além da euforia: riscos e lacunas do modelo brasileiro de desenvolvimento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

GLAESER, Edward. “Quanto mais gente melhor”. Entrevista a Luís Guilherme Barrucho. Veja, 28 de março de 2012, pp. 17-21.

GUANDALINI, Giuliano. A mão que não embala o PIB. Veja, 18 de julho de 2012, pp. 70-75.

GUANDALINI, Giuliano e OYAMA, Érico. Um plano de pouco brilho. Veja, 11 de abril de 2012, pp. 70-73.

GUINOZA, Marcos. Os desafios da economia. Brasileiros, número 59, junho de 2012, pp. 114-117.

FLORIDA, Richard L. O grande recomeço: as mudanças no estilo de vida e de trabalhos que podem levar à prosperidade pós-crise. Tradução de Maria Lucia de Oliveira. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

IOSCHPE, Gustavo. As escolas não são públicas. E privatizar não resolve. Veja, 27 de junho, pp. 116-117.

KEYNES, John M. Economic possibilities for our grandchildren. In Keynes, John M. Essays on persuasion. New York, NY, W. W. Norton & Co., 1963.

LEE, Ronald. Fazer mais com menos braços. Entrevista a Monica Weinberg. Veja, 30 de maio de 2012, pp. 19-23.

LESSA, Carlos. Economia Política? Jornal dos Economistas, órgão oficial do CORECON-RJ e SINDECON-RJ, nº 268, novembro de 2011, pp. 7-8.

MAGNOLI, Demétrio e BARBOSA, Elaine Senise. Liberdade versus igualdade – vol. 1 O mundo em desordem (1914-1945). Rio de Janeiro: Record, 2011.

MENDONÇA DE BARROS, Luiz Carlos. Sucesso e fracasso. Folha de S. Paulo, 30 de dezembro de 2011, p. B 5.

MISES, Ludwig von. As seis lições. Tradução de Maria Luiza X. De A. Borges. Rio de Janeiro: José Olympio/Instituto Liberal, 1985.

MONTI, Mario. A solidariedade contra a crise. Entrevista a Tatiana Gianini. Veja, 27 de junho de 2012, pp. 19-23.

NARLOCH, Leandro e TEIXEIRA, Duda. Guia politicamente incorreto da América Latina. São Paulo: Leya, 2011.

NÓBREGA, Maílson da. A nova política econômica. Veja, 5 de outubro de 2011, p. 24.

_______________ A China, a Embrapa e o passado. Veja, 22 de fevereiro de 2012, p. 28.

_______________ O capitalismo vai sobreviver. Mais uma vez. Veja, 4 de abril de 2012, p. 28.

_______________ Doença argentina. Veja, 16 de maio de 2012, p. 26.

_______________ Sobre a autonomia do Banco Central. Veja, 13 de junho de 2012, p. 22.

PINTO, Eduardo Costa. A influência do sistema financeiro sobre o Estado brasileiro está mudando? Jornal dos Economistas, órgão oficial do CORECON-RJ e SINDECON-RJ, nº 275, junho de 2012, pp. 9-10.

PORTER, Eduardo. O preço de todas as coisas: por que pagamos o que pagamos. Tradução de Cássio de Arantes Leite. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

RAJAN, Raghuram. As raízes profundas da crise. Entrevista a Marcelo Sakate. Veja, 16 de maio de 2012, pp. 19-23.

_______________ Entrevista a Marcelo Sakate. É MELHOR de mãos dadas. Veja, 18 de julho de 2012, pp. 79.

RESENDE, André Lara. Os novos limites do possível. Valor Econômico, 20 de janeiro de 2012.

RODRIGUES, Carla. Menos transpiração e mais inspiração. Pesquisa FAPESP, nº 187, setembro de 2011, pp. 88-92.

SICSÚ, João. Quem paga impostos no Brasil? Jornal dos Economistas. Órgão Oficial do CORECON-RJ e SINDECON-RJ, nº 272, março de 2012, pp. 3-4.

TANZI, Vito. Entrevista a André Petry. É MELHOR de mãos dadas. Veja, 18 de julho de 2012, pp. 76-77.

TEIXEIRA, Duda. Empurra, mas não vai. Veja, 14 de setembro de 2011, pp. 72-74.

TOMBINI, Alexandre. “A inflação está sob controle”. Entrevista a Giuliano Guandalini. Veja, 23 de novembro de 2011, pp. 21-25.

TURPIN, Dominique. Entrevista do presidente do IMD a Carla Jimenez. IstoÉ Dinheiro, 12 de outubro de 2011, pp. 34-36.

VEIGA, José Eli da. Uma voz a favor [do texto final da Rio+20). Entrevista a Yolanda Stein. Rumos, maio/junho de 2012, pp. 16-19.

YUNUS, Muhammad. Um mundo sem pobreza: a empresa social e o futuro do capitalismo. Tradução de Juliana A. Saad e Henrique Amat Rêgo Monteiro. São Palo: Ática, 2008.

Referências e indicações webgráficas

ALVES, José Eustáquio Diniz. O Bônus Demográfico e o crescimento econômico do Brasil. Disponível em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/PopPobreza/Alves.pdf.