Criatividade & Inovação
Problema mundial, soluções locais!
“Não há uma única forma de ser criativo; a criatividade é um processo vivo, com muitas estratégias possíveis.”
Howard Gardner
O título deste artigo corresponde ao tema da 13ª edição do Fórum Internacional de Criatividade e Inovação (FICI), uma promoção da Fundação Brasil Criativo, que surgiu e foi realizado por muitos anos em Aracaju e que, pelo segundo ano consecutivo, se realiza em Vitória, a agradável capital do Espírito Santo.
Essa mudança, aliás, se constitui num primeiro ponto de reflexão. Afinal, ela sinaliza para a visão estratégica de uma cidade e de um estado que souberam compreender o alcance de uma iniciativa como o FICI e tem procurado criar condições cada vez mais favoráveis para que o evento cresça ano a ano, passando a fazer parte da agenda local, tal como ocorre com uma série de outros eventos em diferentes lugares, como as Fashion Weeks, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), a Festa do Boi de Parintins, o Fórum da Liberdade de Porto Alegre, a Oktoberfest de Blumenau, o Festival de Cinema de Gramado e tantos outros. Indica, por outro lado, a ausência desta mesma visão por parte das autoridades de Aracaju e de Sergipe, onde se localiza a sede da Fundação Brasil Criativo. Mesmo com todo o sucesso de diversas edições do Fórum lá realizadas, algumas das quais com mais de mil participantes, não houve por parte dos responsáveis municipais e estaduais o empenho necessário para manter um evento de tamanha importância.
A programação deste ano do FICI teve diversas sessões focalizando a Criatividade, a Economia Criativa e a Inovação, bem como a relação entre elas, e outras com focos em exemplos concretos, tanto no Brasil como no exterior, uma vez que os palestrantes eram do Brasil, do Chile, dos Estados Unidos, da Espanha, da França, da Holanda e de Portugal.
Tive o privilégio de ser um dos palestrantes do XIII FICI, abordando o tema Coragem: pré-requisito para o desenvolvimento do potencial criativo. Integrei, portanto, o grupo de palestrantes que se enquadra no primeiro grupo da divisão supra mencionada. Também fizeram parte desse grupo expressivos nomes dos cenários nacional e internacional tais como Jo Yudess, da Buffalo State University, Robert Allan Black, da Columbia State University, Walt Stevenson, da Golden Gate University, de San Francisco, Claudio Leon de la Barra, da Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso, Chile, Stela Maris Sanmartin, da Universidade Federal do Espírito Santo, Fátima Jinnyat, da FIA, Sumara Lopes, do SENAI-SP, e os consultores Fernando Mathia, Mitsu Araújo, Vera Tindó e Marcela Claro, que também fez a palestra de abertura com o tema A dança das mudanças.
No eixo Economia Criativa/Cidades Criativas, uma das linhas de pesquisa em Criatividade que mais vem se desenvolvendo nos últimos anos, ocorreram os depoimentos de Catarina Selada, da Inteli, de Portugal, Murilo Farah, da Benfeitoria, Rio de Janeiro, João Luís Pompeia Sturm, de São Paulo, Helga Tylik, de Santa Catarina, e Décio Coutinho, de Goiás.
No que se refere à Criatividade Aplicada ou à Inovação, envolvendo apresentação de metodologias ou de casos concretos, o FICI contou com interessantíssimas exposições. Uma delas foi da equipe do Sistema Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo), liderada por Iomar Cunha, que abordou o método Canvas, e do consultor Celso Rodrigues Simões, que apresentou o Design Thinking. Também nesse eixo, merece ser citada a exposição da holandesa Sandra Minee e da francesa Olven Wolfee sobre a Metodologia Creacoaching, que faz intenso uso de técnicas do pensamento criativo.
Por fim, vale destacar o eixo que focalizou a Criatividade e a Inovação no Setor Público, exemplos vivos de que qualidade, produtividade e busca de excelência não precisam ser, necessariamente, atributos exclusivos da iniciativa privada. Nesse eixo, enquadram-se as seguintes palestras: Incubadora Pública de Projetos Criativos: Qual o papel do Estado?, com Pablo Rodnitzky, secretário de Gestão e Recursos Humanos do Governo do Espírito Santo; Criatividade, Inovação e Empreendedorismo no Setor Público: Desafios, Possibilidades e Novas Alternativas para a Melhoria da Gestão, com Manoel Carlos Rocha Lima, do SEGER/Inoves; e o painel Os desafios e vantagens da Inovação Estratégica no Setor Público, com Florença Ferrer, de São Paulo, e Pablo Rodnitzky, do Espírito Santo.
Voltei de Vitória triplamente satisfeito: pude aprender muita coisa, ampliando consideravelmente meu repertório sobre Criatividade, Economia Criativa, Empreendedorismo, Inovação e Modelos de Gestão; tive a oportunidade de rever amigos e conhecer muitos outros, numa saudável convivência com pessoas dinâmicas e interessantes, definidas por Luciano Pires (ausência sentida na edição deste ano) como “gente nutritiva”; e ainda revigorado pela possibilidade de desfrutar com minha esposa da culinária e das belas atrações da capital capixaba.
Pois é,Machado …Parece que coragem traz inspiração..Parabéns,você retratou mui to bem o espírito(e a carne..)do FICI.
Algo que a coragem de quem não desiste inspira antigos e novos seguidores.Pena que Sergipe não se deu conta,e talvez pela sua falta de inspiração..ou coragem ??perde uma grande chance ..
Abraços
Vera Tindó