Dois tipos de brasileiros
Desculpem a sinceridade
Eduardo José Monteiro da Costa[1]
A decisão, já esperada do Supremo Tribunal Federal (STF), proclamada ontem, demonstrou que ainda estamos longe da consolidação de um país democrático, justo, livre, pacífico e próspero.
Ainda vivemos sob os auspícios de instituições que são um reflexo de uma cultura da corrupção e do aparelhamento econômico e político ideológico do Estado brasileiro. O que o STF fez ontem foi ratificar um salvo conduto principalmente para os criminosos de colarinho branco continuarem a praticar impunemente atos de corrupção. O cidadão de bem, lamenta. Dói profundamente no peito de quem sonha e luta por um país diferente.
Mas existe um outro tipo de brasileiro. Aquele que nesse momento está comemorando, compartilhando a sua alegria, principalmente nas mídias sociais, como se a decisão de ontem fosse uma grande vitória do seu partido ou do seu político de estimação (porque não dizer corrupto de estimação?). São idolatras de uma ideologia ou de partidos, que perderam completamente a capacidade de pensar no coletivo ou na nação. O que importa é o seu político ou o projeto de poder de seu grupo político.
Lamento por termos cidadãos nem um pouco republicanos em nosso país. É isso, não são republicanos e nem democratas, afundam a democracia brasileira. Vocês perderam completamente o meu respeito. E no que depender de mim, os partidos de vocês nunca mais receberão os votos da minha família.
Quanto à decisão do STF, agora é pressionar para que por meio de uma legislação complementar o Congresso Nacional normatize a prisão em segunda instância, blindando o povo de bem do país das decisões discricionárias dos togados.
[1] Doutor em Economia pela Unicamp e professor da UFPA. Correio eletrônico: ejmcosta@gmail.com
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