Mais uma década perdida (2011-2020)! E a vindoura?
Eduardo José Monteiro da Costa[1]
O ano de 2021 marca o início de mais uma década. A que se fechou em 2020 teve uma taxa média de desempenho anual do PIB próxima de 0%. Foi mais uma década perdida, a terceira em quarenta anos. Isso já era previsível desde a fatídica crise de 2015/16 quando tivemos no Brasil, pela primeira vez, dois anos de queda consecutiva da atividade econômica, resultado de uma série de choques em grande parte decorrentes de erros na condução da política macroeconômica. Observamos neste processo a redução da capacidade de investimento privado e, ao mesmo tempo, público dado à situação insustentável de estrangulamento fiscal. O desempenho da economia brasileira nesta década também foi negativamente influenciado pela inesperada pandemia global.
Mas, o que podemos esperar desta década que se inicia? Se nada for feito, ou melhor, se as coisas continuarem da forma como estão, certamente estamos abrindo mais uma década de pífio crescimento econômico, com estrangulamento do mercado de trabalho e aumento de nossas desigualdades regionais e sociais.
E o que podemos fazer para fugir desta armadilha do subdesenvolvimento?
Quem sabe com menos politicagem e melhor condução nas políticas macroeconômicas possamos reverter este cenário de longo prazo. Mas isso impõe o enfrentamento de alguns “tabus”, o andamento de uma agenda de reforma do Estado (tributária, federativa e administrativa), a mudança na mentalidade consolidada em parte da população brasileira e uma melhor participação dos eleitores na hora de escolher os seus candidatos nas próximas eleições. Este ponto, para mim, acaba até mesmo se sobrepondo aos demais na medida em que esta agenda depende fundamentalmente do Congresso Nacional e da capacidade que os nossos representantes eleitos terão de pautarem um debate e encaminhamentos adequados para o bem do Brasil e de sua população.
[1] Doutor em Economia pela Unicamp e professor da UFPA. Correio eletrônico: ejmcosta@gmail.com.
A condição primordial para encaminhar as mudanças necessárias para o Brasil voltar a crescer e a sociedade viver DIGNAMENTE é a REFORMA POLÍTICA com o VOTO DISTRITAL PURO!
A CORTE e seus privilégios amarrados numa Constituição retrógrada e venal jamais trabalharão em benefício do Brasil, além do próprio!!!
Enquanto o povo (eleitor) não for dono do mandato, os eleitos em todas as esferas estão com suas regalias salvaguardadas.
Ao povo o circo, as migalhas e a PANDEMIA!!!
Obrigado por seus comentários Marcelo.
Embora eu também seja favorável ao Voto Distrital, não vejo qualquer chance de aprovação num prazo razoável. Os deputados e senadores eleitos no sistema atual não têm qualquer interesse em modificar as regras do jogo. Por isso, no plano político, acho que a reforma já está sendo feita – mais lentamente do que eu gostaria – por meio da cláusula de barreira. Com a exigência crescente, em alguns anos teremos um número de partidos bem menor, o que será positivo para o aperfeiçoamento do nosso sistema político.
Enquanto isso, o negócio é torcer pela aprovação das reformas administrativa e tributária, bem como pelo avanço nas privatizações.
Muito obrigado pela atenção e resposta.
Com certeza a probabilidade de propor e aprovar uma reforma política com voto distrital no Congresso é mínima, além do silêncio ensurdecedor que a pauta enfrenta.
A agenda das reformas administrativa e tributária e o avanço nas privatizações é mais próximo da nossa realidade.
Continuaremos torcendo por dias melhores, embora saibamos que este é um jogo com cartas marcadas.
Ainda nos resta o circo! Se bem que o palhaço corre perigo!!!
Tenhamos todos um 2021 cheio de esperanças.