Perspectivas para 2022
Marina Mattar*
A COP26 mostrou ao mundo o protagonismo e esforço do setor privado em torno da agenda da economia de baixo carbono, demonstrando que esse é um caminho sem volta para as empresas. Com o impacto cada vez maior na economia, na sociedade e nas relações internacionais, a economia de baixo carbono será um dos temas centrais em 2022. O país precisa crescer e, para crescer, precisa ser com uma agenda sustentável, que considere os três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico e social.
A COP26 não deve ser vista como limitadora da economia, mas sim como um mapa de oportunidades, especialmente para o nosso país, que tem vocação natural para a economia de baixo carbono. Com planejamento, o Brasil tem a capacidade de ser um dos grandes líderes nesse cenário. Além de uma matriz elétrica renovável e uma agricultura de baixo carbono, o país conta com biocombustíveis em larga escala, que tornam o transporte no país potencialmente mais limpo que os carros elétricos em países que dependem de usinas movidas a combustíveis fósseis. O país tem ainda o potencial para liderar a produção de hidrogênio verde, um dos combustíveis do futuro.
O governo tem trazido avanços nesse sentido por meio de programas como o Combustível do Futuro e o de Crescimento Verde e as eleições do próximo ano serão fundamentais para determinar o avanço do país. Comum bom planejamento, o Brasil pode transformar a sua vantagem competitiva em soluções inovadoras de baixo carbono para o mundo, atraindo investimentos em tecnologia, gerando empregos de qualidade, exportando créditos de carbono e agregando valor a suas matérias-primas. Por isso, reforço: para o Brasil, a economia de baixo carbono não é um desafio, mas sim uma grande oportunidade para transformar a vida dos brasileiros.
Marina Mattar é fundadora e CEO da Perspectivas Comunicação & Relações Institucionais, senior advisor na FTI Consulting, diretora de Comunicação na Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG) e membro do Steering Committee da Carbon Pricing Leadership Coalition (CPLC), do Banco Mundial.
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