Nobel de Economia contempla pesquisas sobre crises bancárias
Foram anunciados no dia 10 de outubro, pela Real Academia Sueca de Ciências, os nomes dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia de 2022. São eles: Ben Bernanke, professor da Brookings Institution, em Washington, que presidiu o Federal Reserve (o Banco Central americano) entre 2006 e 2014; Douglas Diamond, professor da Universidade de Chicago; e Philip Dybvig, professor da Washington University, em St. Louis.
De acordo com os responsáveis pela concessão do Prêmio, ele se deveu às “pesquisas sobre bancos e crises financeiras” desenvolvidas pelos laureados, que permitiram melhora considerável da “nossa compreensão do papel dos bancos na economia, particularmente durante as crises financeiras”. Complementando a justificativa da indicação, os organizadores afirmaram que “a pesquisa bancária moderna esclarece por que temos bancos, como torná-los menos vulneráveis em crises e como os colapsos bancários exacerbam as crises financeiras”.
Algumas observações a respeito do Nobel de Economia:
- Embora seja reconhecido como um dos maiores especialistas da Grande Depressão da década de 1930, Bernanke não conseguiu evitar, durante sua gestão à frente do FED, a crise financeira iniciada em 2007/2008, conhecida como Crise do Subprime, que foi a mais grave desde o Grande Crash de 1929.
- Na maior parte das vezes, os ganhadores do Nobel de Economia são pesquisadores reconhecidos, fundamentalmente, por sua produção acadêmica – por novos construtos metodológicos ou pela elaboração de modelos de análise que permitem a exploração de abordagens inéditas sobre tópicos diversos da teoria econômica. Bernanke, que presidiu o FED, é uma exceção, assim como foram Joseph Stiglitz, que foi vice-presidente do Banco Mundial, e Amartya Sen, um dos criadores do IDH, que revolucionou a aferição do nível de desenvolvimento dos países.
- Depois de sucessivas premiações de economistas que se debruçaram sobre temas como pobreza e desigualdade, revelando evidente preocupação social, os responsáveis pela concessão do Nobel de Economia optaram, neste ano, por um tema que envolve questões extremante atuais, levando-se em conta a difícil conjuntura marcada, entre outras coisas, pelos efeitos da pandemia, guerra na Ucrânia, baixo crescimento e volta da inflação.
O anúncio dos ganhadores do Nobel de Economia foi o último da safra deste ano. Com isso, o Brasil permanece não tendo, até hoje, nenhum laureado com o cobiçado prêmio.
No Comment